Na República Tcheca, mais precisamente na região de Brdy, um grupo de engenheiros altamente qualificados resolveu um problema que o governo empurrava com a barriga desde 2018. Mas calma, não eram engenheiros com diploma, crachá e orçamento milionário. Eram… castores. Isso mesmo. Enquanto burocratas locais discutiam, faziam reuniões e assinavam pilhas de papel, os roedores botaram os dentes para trabalhar e construíram, em algumas noites, a barragem que levaria anos para sair do papel.
A obra planejada pelo governo tinha um orçamento de 30 milhões de coroas tchecas (cerca de 1,2 milhão de euros) e, claro, foi adiada infinitamente por disputas de terras, burocracia e aquele famoso “vamos ver isso depois”. Mas os castores, sem precisar de licitação, nem de reunião interminável, ergueram a barragem exatamente onde os engenheiros haviam planejado – e sem cobrar um centavo.
Os especialistas ficaram de queixo caído com a precisão da estrutura. “Os castores conseguem construir uma barragem em uma ou duas noites, enquanto os humanos precisam de permissões, aprovações de projetos e financiamento”, explicou o biólogo Jiri Vicek. Além de impedir enchentes, a barragem ajudou a restaurar áreas úmidas e beneficiou diversas espécies da fauna local. Ou seja, os bichos fizeram um trabalho melhor e mais rápido que qualquer projeto governamental.
Jaroslav Obermajer, diretor regional da Agência Tcheca de Proteção da Natureza, não escondeu a admiração: “Os castores sempre sabem mais. Eles escolhem os locais com mais precisão do que quando planejamos no papel.” E Bohumil Fiser, diretor do Parque Natural de Brdy, ainda tirou sarro da situação: “Eles nos pouparam 30 milhões. Construíram sem documento nenhum e de graça.”
No final das contas, o episódio só reforça uma velha máxima: enquanto a burocracia emperra, a natureza dá seu jeito. Fica a dica para os políticos: talvez valha mais a pena contratar uns castores do que gastar fortunas em reuniões e papelada.