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Protesto de servidores do IBGE expõe crise e acusações de autoritarismo na gestão Pochmann

Funcionários reivindicam diálogo com a presidência e criticam suposta privatização disfarçada através da criação da fundação IBGE+

A crise no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) se intensificou nesta quarta-feira, com um novo protesto organizado pelo sindicato nacional do instituto, o ASSIBGE. Servidores se reuniram às 10h na Avenida Franklin Roosevelt, em frente à sede do IBGE no Rio de Janeiro, para manifestar contra a criação da fundação de direito privado IBGE+ e contra o que classificam como “medidas autoritárias” da gestão do atual presidente, Marcio Pochmann, que por sua vez nega a existência de uma crise.

Segundo Bruno Perez, diretor da ASSIBGE, a crise teria começado em setembro, quando o sindicato descobriu a criação da fundação “sigilosa”, que, de acordo com ele, já existia desde julho, mas foi revelada aos servidores somente dois meses depois. “Desde setembro, a gente tem se oposto à criação dessa fundação, que traz vários riscos para o IBGE. É um tipo de privatização, traz um risco à qualidade dos dados, à autonomia técnica”, afirmou Perez. Ele também acusou o presidente Marcio Pochmann de adotar medidas antissindicais, incluindo a criminalização de greves e o uso da comunicação institucional para atacar o sindicato com informações falsas.

A mobilização reuniu servidores de diferentes níveis hierárquicos, incluindo gerentes e coordenadores, além de aposentados que apoiam as reivindicações. A principal demanda dos funcionários é por mais diálogo com a presidência e transparência na gestão. Para eles, a criação da IBGE+ ameaça a independência do instituto, essencial para a produção de estatísticas confiáveis que orientam políticas públicas e decisões econômicas.

Marcio Pochmann, conhecido por sua proximidade com pautas progressistas, nega que a criação da fundação IBGE+ seja uma forma de privatização e afirma que a iniciativa busca modernizar o instituto. No entanto, a falta de transparência no processo gera desconfiança entre os servidores, que veem na medida uma tentativa de minar a autonomia técnica do IBGE em favor de interesses políticos.

O Farol Diário seguirá acompanhando os desdobramentos desta crise, que coloca em questão a direção de uma das instituições mais importantes para a compreensão do Brasil e suas dinâmicas sociais e econômicas.

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