Diante da escalada da inflação dos alimentos, integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT) discutem a possibilidade de mais taxação. Dessa vez, o imposto seria sobre exportações do agronegócio.
De acordo com a sigla, o objetivo seria forçar um maior direcionamento da produção ao mercado interno, buscando reduzir os preços no país. A medida, no entanto, é considerada radical e encontra forte oposição do setor produtivo.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), negou que a ideia vá adiante. “O presidente Lula deixou claro que não vai tomar medidas heterodoxas”, afirmou em entrevista à Folha de S. Paulo. No entanto, Teixeira já defendeu proposta semelhante em 2022, quando assinou um projeto de lei que previa tributar exportações de grãos e carnes em casos de desabastecimento interno. A iniciativa, porém, foi rejeitada no Congresso, barrada pela forte oposição da bancada ruralista.
Enquanto isso, dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram uma redução na produção de alimentos básicos como arroz, feijão e trigo, que passaram de 18% para apenas 7% do total de grãos cultivados no Brasil nos últimos 20 anos. Em contrapartida, soja e milho – principais commodities exportadas – cresceram de 76% para 89% da produção nacional.
Em resposta ao posicionamento do PT, o setor produtivo vê a proposta como uma intervenção desastrosa, que poderia afastar investimentos e comprometer o crescimento do setor agrícola.