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Relatório aponta mais de 700 pontes federais em risco no Brasil

Ministério Público identifica 40 pontes em estado crítico iminente; desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek evidencia negligência estrutural no país.

Desabamento da Ponte JK revela fragilidade nas estruturas federais

O colapso da Ponte Juscelino Kubitschek, no final de dezembro de 2024, evidenciou uma crise alarmante na infraestrutura de pontes federais no Brasil. Localizada na BR-230, na divisa entre Tocantins e Maranhão, a estrutura vital para a ligação entre o Nordeste e a Amazônia não resistiu à deterioração progressiva, apesar de recentes intervenções de manutenção.

Segundo um relatório do Ministério Público, 727 pontes federais apresentam condições críticas ou ruins em todo o país. Dessas, 130 estão em avançado estado de deterioração, enquanto 40 podem desabar nos próximos anos caso intervenções urgentes não sejam realizadas. O desabamento da Ponte JK escancara a gravidade do problema, colocando em risco a segurança de milhões de brasileiros que dependem dessas vias.

Pontes em risco espalham insegurança e caos logístico

A precariedade das pontes federais não se restringe a uma região específica. Estados como Ceará, Pernambuco, Minas Gerais e Pará registram o maior número de estruturas comprometidas. A situação inclui problemas como fissuras graves, sistemas de drenagem defeituosos e falhas em fundações. O Ceará lidera o ranking, com 93 pontes federais em estado crítico ou ruim, sendo algumas nas principais rotas do estado, como as BR-116 e BR-222.

Manutenção ineficaz agrava crise estrutural

Entre 2019 e 2024, 19 pontes em risco desabaram em rodovias federais, sendo nove apenas no último ano. Apesar de monitorar mais de 5.200 estruturas nos últimos dois anos, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DENIT) enfrenta desafios de periodicidade e orçamento. Inspeções, realizadas a cada dois anos ou mais, são insuficientes para conter o avanço dos problemas.

Programas como o PROARTE, voltados para reabilitação de pontes, esbarram em entraves burocráticos e falta de recursos. O histórico de obras inacabadas ou realizadas por empresas sem qualificação também contribui para o agravamento da crise, como observado no caso da Ponte Juscelino Kubitschek.

Soluções urgentes para evitar novas tragédias

Especialistas apontam que, além de uma fiscalização mais rigorosa, é crucial aumentar os investimentos na manutenção de pontes e adotar critérios mais eficientes para a execução de obras. Sem ações concretas, o risco de novas tragédias permanece elevado, ameaçando não apenas a segurança dos cidadãos, mas também a logística e a economia de diversas regiões do país.

O desabamento da Ponte JK deve servir como alerta definitivo para o governo federal priorizar uma infraestrutura segura e confiável. É imperativo transformar essa crise em uma oportunidade para reestruturar o sistema e evitar que outras tragédias manchem o futuro da infraestrutura brasileira.

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