Sem provas concretas, Padre Paulo Ricardo é investigado por suposta conexão com tentativa de golpe

Relatório da PF indica articulação religiosa em apoio ao movimento

O nome do padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior, figura conservadora de destaque no Mato Grosso, aparece em um relatório da Polícia Federal (PF) como parte de uma possível articulação ligada ao suposto aplano golpista. O documento, enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), sugere que o padre participou de diálogos que buscavam dar sustentação ideológica ao movimento.

Segundo o relatório de mais de 800 páginas, padre Paulo Ricardo teria mantido contato direto com José Eduardo de Oliveira e Silva, outro sacerdote indiciado no caso. As mensagens obtidas indicam uma possível coordenação para promover a legitimidade do movimento, utilizando argumentos de cunho religioso e conservador para influenciar fiéis e simpatizantes.

Conhecido por suas críticas ao progressismo e por sua defesa de valores tradicionais, o padre Paulo Ricardo é uma figura amplamente seguida em círculos conservadores. No entanto, as investigações apontam que seu papel pode ter ido além do debate ideológico, envolvendo-se na organização e apoio moral a ações com possível conotação golpista.

A PF afirma que a atuação de figuras religiosas no caso é uma tentativa de atribuir um discurso de legitimidade aos atos antidemocráticos. Essa estratégia, segundo os investigadores, buscava atrair apoio e justificar as ações perante grupos alinhados a uma visão política conservadora.

A Procuradoria-Geral da República ainda avalia a extensão do envolvimento do padre e as consequências legais das mensagens trocadas. O caso chama a atenção para o impacto de lideranças religiosas em movimentos políticos, trazendo à tona questionamentos sobre os limites entre discurso ideológico e incentivo a práticas contrárias à democracia.

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