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Sheinbaum e Trump: rivalidade ou cooperação estratégica?

Presidente do México aposta em segurança e economia para transformar desafios em oportunidades

A chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos reacendeu temores no México sobre o impacto de sua política protecionista e linha dura em relação à imigração e segurança. No entanto, a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, tem surpreendido ao não apenas minimizar os danos, mas também transformar a situação em uma oportunidade estratégica.

Na última quinta-feira (6), Sheinbaum e Trump chegaram a um acordo para suspender temporariamente as tarifas dos EUA sobre exportações mexicanas. Além disso, reforçaram o compromisso mútuo no combate ao tráfico de fentanil e à imigração ilegal. O tom conciliador entre os líderes surpreendeu muitos analistas, já que suas diferenças ideológicas são evidentes: Trump é um conservador imprevisível, enquanto Sheinbaum se posiciona como uma cientista pragmática e moderada.

O sucesso da presidente mexicana se deve, em grande parte, à sua abordagem firme em segurança pública. Enquanto seu antecessor, Andrés Manuel López Obrador (AMLO), apostava em uma estratégia de “abraços, não balas”, Sheinbaum tem seguido um caminho mais pragmático, fortalecendo a polícia e intensificando operações contra o crime organizado. O resultado tem sido uma redução de homicídios e apreensões recordes de drogas, o que agrada tanto a população mexicana quanto às exigências de Washington.

Além da segurança, a presidente também busca reduzir a dependência econômica dos EUA. Seu plano de desenvolvimento econômico visa atrair investimentos e fortalecer a indústria nacional, uma jogada estratégica que pode influenciar futuras negociações do T-MEC, o tratado de livre comércio entre México, EUA e Canadá. A postura nacionalista de Sheinbaum tem sido bem recebida internamente, elevando sua popularidade a inéditos 85%.

Diante da pressão de Trump, a líder mexicana não se colocou na defensiva, mas apostou em cooperação pragmática e fortalecimento interno. Com isso, ela pode estar matando mais de um coelho com uma só cajadada, convertendo ameaças em avanços concretos para o México.

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