A Suprema Corte da Venezuela confirmou, nesta sexta-feira, 26, a inelegibilidade de María Corina Machado, que foi eleita nas primárias da oposição para enfrentar Nicolás Maduro nas eleições presidenciais deste ano.
O Tribunal Supremo de Justiça estabeleceu um mecanismo de impugnação de inelegibilidades para aqueles que “desejam se candidatar” às presidenciais de 2024, sob pressão dos Estados Unidos e em conformidade com os acordos assinados em Barbados entre o governo e a oposição, mediados pela Noruega.
Anteriormente, a Corte já havia confirmado a inelegibilidade de Henrique Capriles, que enfrentou o ex-presidente Hugo Chávez em 2012 e Maduro um ano depois. Os processos de inelegibilidade política têm sido uma tática recorrente do chavismo para afastar seus rivais, muitas vezes conduzidos pela Controladoria, com poder para tomar medidas contra funcionários sob investigação, apesar de a Constituição exigir uma sentença judicial “definitivamente firme” para impedir a candidatura à Presidência.
A Sala Político-Administrativa do TSJ endossou os argumentos da Controladoria ao sancionar Machado, de 56 anos, por seu envolvimento em uma “trama de corrupção” ligada a Juan Antonio Guaidó, o ex-presidente encarregado reconhecido por mais de 60 países, incluindo os Estados Unidos. A decisão, praticamente, encerra a possibilidade de Machado enfrentar Maduro nas eleições previstas para o segundo semestre deste ano, com observação internacional, um requisito do Acordo de Barbados.