O presidente do Chile, Gabriel Boric, está sob investigação após a revelação de uma nova denúncia de assédio sexual protocolada em setembro e divulgada nesta semana pelo Ministério Público. Este é o segundo caso envolvendo o mandatário, que já enfrentou uma acusação semelhante durante a campanha presidencial de 2021. Boric nega categoricamente as alegações, assim como fez na primeira ocasião.
A denúncia atual foi feita por uma mulher que afirma ter sido assediada pelo presidente em 2013, quando ele tinha 27 anos e acabara de concluir seus estudos em Direito. O caso foi registrado na região de Magallanes, no sul do país, e está sendo conduzido por uma equipe especial do Ministério Público. Segundo o promotor Cristián Crisosto, “existe um processo criminal relacionado aos fatos indicados”, mas detalhes específicos ainda não foram divulgados.
A defesa de Boric afirmou que o presidente “jamais teve uma relação afetiva ou de amizade com a denunciante”, classificando as acusações como infundadas. De acordo com o advogado Jonatan Valenzuela, a mulher já havia enviado e-mails não solicitados a Boric há cerca de uma década, incluindo conteúdos explícitos, mas não mantiveram contato desde 2014. A defesa sustenta que a denúncia não apresenta base jurídica sólida.
O caso ocorre em um momento delicado para o governo de Boric, que também enfrenta uma crise com denúncias de abuso sexual e estupro contra Manuel Monsalve, ex-responsável pela área de segurança do governo. Monsalve está em prisão preventiva, alimentando críticas à gestão presidencial.
Boric, que possui foro especial devido ao cargo, só poderá ser processado caso a Justiça autorize o levantamento de sua imunidade. Enquanto isso, a investigação prossegue, mantendo o clima de tensão política e repercussões sobre a estabilidade do governo chileno.
O Farol Diário continuará acompanhando os desdobramentos deste caso e seus impactos no cenário político do país.