A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou uma distorção contábil de R$ 44,2 bilhões nas contas do Ministério da Saúde referentes ao exercício de 2023. O dado consta de um relatório divulgado em setembro de 2024 e revela problemas sérios de controle interno, como saldos incorretos em contas de estoques de medicamentos e insumos importados. A auditoria ainda apontou o uso de estimativas imprecisas como parte das causas do erro, segundo apuração do jornalista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles.
O Ministério da Saúde, em resposta ao relatório, afirmou que as distorções não configuram dano ao erário e que ajustes operacionais foram implementados ao longo de 2024. A pasta alegou que as correções visam garantir a confiabilidade dos dados contábeis e assegurar o cumprimento das normas fiscais.
A CGU esclareceu que suas recomendações têm caráter corretivo e preventivo, e não punitivo. O objetivo é ajustar as demonstrações financeiras e fortalecer os mecanismos de gestão das políticas públicas. A Controladoria defende maior integração entre as unidades responsáveis pelas execuções orçamentárias, especialmente em áreas com grande volume de recursos e sensibilidade social, como a Saúde.
O relatório integra o ciclo de auditorias anuais realizadas pela CGU em diferentes ministérios, entre eles Educação, Gestão e Inovação, Integração e Desenvolvimento Regional, Desenvolvimento Social e Povos Indígenas. A recorrência de inconsistências contábeis em pastas estratégicas levanta questionamentos sobre a eficácia do controle público e da gestão de recursos no governo federal.
No momento em que o Brasil enfrenta desafios fiscais crescentes, a descoberta de uma discrepância dessa magnitude reforça o alerta para a necessidade de maior rigor na administração pública. O Farol Diário acompanha de perto os desdobramentos do caso e os impactos que esse tipo de descontrole pode ter sobre a confiança da população nas instituições e no uso dos recursos públicos.