Na noite da última terça-feira (3), a residência oficial do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), foi palco de um jantar reservado em homenagem ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O evento contou com a presença de figuras centrais do poder no Brasil, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), além de ministros do governo e de integrantes das principais cortes do Judiciário.
A ocasião ocorreu logo após a cerimônia de descerramento da foto de Moraes na galeria de ex-presidentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em uma solenidade simbólica que marcou o encerramento do seu mandato à frente da Corte Eleitoral. O jantar serviu como extensão informal do evento e se transformou em ambiente propício para articulações e conversas de bastidor.
Conforme apurou o colunista Igor Gadelha, do portal Metrópoles, assuntos delicados dominaram os diálogos entre os presentes. Entre eles, os interrogatórios do ex-presidente Jair Bolsonaro e de aliados investigados no inquérito sobre tentativa de golpe de Estado ganharam destaque, sinalizando o clima de tensão institucional ainda presente nos bastidores do poder.
Também foi tema de debate a recente saída do país da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que gerou especulações e reações tanto no campo jurídico quanto no político. O movimento da parlamentar acendeu discussões sobre a condução dos inquéritos e o tratamento dado a opositores do atual governo, levantando preocupações sobre o uso político do Judiciário.
O jantar, apesar do tom oficial de homenagem, expôs o entrelaçamento crescente entre Judiciário, Executivo e Legislativo, reforçando a tendência de decisões judiciais influenciar diretamente o cenário político. Em um momento de fragilidade das garantias institucionais, eventos como esse escancaram a necessidade de vigilância da sociedade civil sobre os limites do poder estatal.
O Farol Diário acompanha com atenção os desdobramentos desses encontros, que, mais do que celebrações, são sinais de que a política brasileira segue sendo definida muito além dos olhos do público.