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Zambelli avalia pedir asilo político nos EUA após ordem de prisão do STF

Em solo americano, Carla Zambelli tenta usar rivalidade entre Alexandre de Moraes e aliados de Trump para evitar extradição.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) está nos Estados Unidos e considera pedir asilo político ao país após ter sua prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi divulgada pelo jornalista Paulo Capelli, do site Metrópoles. A parlamentar havia sido condenada a dez anos de prisão por invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica, mas seguia em liberdade até a nova decisão do STF.

Inicialmente, Zambelli pretendia se mudar para a Itália, onde possui cidadania, mas recuou diante de um pedido de extradição formalizado pelo deputado italiano Angelo Bonelli. Com a crescente pressão europeia, a deputada passou a considerar que os Estados Unidos oferecem um cenário mais favorável diante das críticas de setores conservadores americanos à atuação de Moraes no Brasil.

A estratégia de Zambelli se apoia em uma recente declaração do governo norte-americano, publicada inclusive em português, segundo a qual “inimigos da liberdade de expressão dos americanos não serão perdoados”. A frase foi interpretada por aliados da deputada como um recado velado aos métodos do ministro do STF, notoriamente críticos à liberdade nas redes sociais.

O embate entre Moraes e figuras ligadas ao ex-presidente Donald Trump tem sido explorado por Zambelli como possível trunfo para sua permanência legal nos EUA. Aliados do trumpismo têm acusado o ministro brasileiro de extrapolar os limites da Justiça, agindo como censor de opiniões políticas dissidentes — o que poderia favorecer o pedido de asilo sob alegações de perseguição ideológica.

O caso, que segue em andamento, evidencia não apenas a politização crescente do Judiciário brasileiro, como também expõe o alcance internacional da crise institucional entre os Poderes. No centro do conflito, Zambelli aposta em uma carta arriscada, tentando transformar seu desgaste jurídico em bandeira de liberdade individual — uma narrativa que encontra eco, ainda que parcial, em setores do conservadorismo global.

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