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Ativista brasileiro deve ser deportado de Israel após greve de fome e confinamento

Marinha israelense interceptou embarcação em águas internacionais; caso é tratado como crime de guerra pelo CNDH brasileiro

Brasília — O ativista brasileiro Thiago Ávila, de 38 anos, deve ser deportado até esta sexta-feira (13) de Israel, após quatro dias de greve de fome e confinamento em uma cela solitária. Ávila foi detido pela Marinha israelense na última segunda-feira (9), quando participava da Flotilha da Liberdade, iniciativa internacional que tentava levar alimentos e medicamentos à população da Faixa de Gaza.

Segundo a organização Adalah, que defende os direitos humanos em Israel e presta assistência jurídica aos detidos, Thiago e outros cinco ativistas foram levados ao Aeroporto Internacional Ben Gurion, onde aguardam deportação. O grupo de advogados da entidade relata dificuldades para obter acesso aos detidos no local.

Thiago considera sua detenção um sequestro, já que a interceptação ocorreu em águas internacionais. A prisão de Ávila é tratada como crime de guerra pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) do Brasil. O Itamaraty acompanha o caso e denunciou violações do direito internacional, pedindo a libertação imediata do brasileiro.

Enquanto Thiago permanece isolado, outros dois ativistas franceses continuam detidos na prisão de Givon. Segundo a Adalah, eles também devem ser deportados nesta sexta-feira. O processo de deportação foi dificultado pelo fato de oito dos doze ativistas se recusarem a assinar um documento admitindo tentativa de entrada ilegal em Israel — exigência imposta pelas autoridades para liberação.

A Flotilha da Liberdade buscava denunciar o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza e pressionar pela abertura de um corredor humanitário. Atualmente, cerca de 2 milhões de palestinos enfrentam um severo cerco, com acesso restrito a alimentos e medicamentos. A ONU alerta para uma grave crise humanitária, com 6 mil caminhões de ajuda humanitária retidos na fronteira com o Egito.

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