O Brasil pode enfrentar um colapso fiscal já a partir de 2027, segundo projeções da equipe econômica do próprio governo Lula (PT). De acordo com dados levantados pela Folha de S.Paulo, o ritmo de crescimento das despesas federais é quase o dobro do avanço das receitas — uma equação que aponta para um déficit primário preocupante já em 2025.
Enquanto a arrecadação líquida do governo cresceu R$ 191,3 bilhões desde o início do atual mandato, as despesas federais subiram R$ 344 bilhões no mesmo período. A previsão oficial do Tesouro Nacional é de que a arrecadação alcance R$ 2,318 trilhões no próximo ano, contra gastos estimados em R$ 2,415 trilhões.
A diferença entre receitas e despesas aponta para um déficit primário de R$ 180 bilhões em 2025 — equivalente a 0,77% do PIB — quando se inclui o pagamento de precatórios. Embora o governo tente minimizar o cenário, projetando um rombo menor, de R$ 29,6 bilhões, o próprio mercado estima um valor significativamente superior, acima de R$ 75 bilhões.
Para 2027, o cenário se agrava. Técnicos do Ministério da Fazenda já falam abertamente em um possível “shutdown”, termo que remete à paralisação do funcionamento do Estado por falta de recursos para despesas básicas. Apesar das tentativas de aumentar a arrecadação, a estratégia de elevação de impostos tem surtido pouco efeito prático.
A crescente rigidez das contas públicas, combinada com a ausência de reformas estruturantes e o crescimento descontrolado das despesas, lança dúvidas sobre a sustentabilidade do atual modelo fiscal. No O Farol Diário, o alerta é claro: sem ajuste de rota, o país poderá herdar uma bomba-relógio para a próxima gestão.