Buenos Aires, ARG – A viagem relâmpago do presidente Lula (PT) à Argentina rendeu não apenas manchetes, mas também uma fatura que pesa no bolso do contribuinte. Em menos de 24 horas, a comitiva presidencial acumulou gastos superiores a R$850 mil com transporte, hospedagem e despesas operacionais. Tudo isso sem um encontro formal com o presidente argentino Javier Milei.
Entre os itens mais chamativos está o aluguel de veículos de luxo: R$395,7 mil foram gastos apenas com transporte terrestre. O montante impressiona ainda mais quando se considera que a viagem foi rápida e sem compromissos oficiais de alto nível. Segundo apuração de Cláudio Humberto, do Diário do Poder, nem mesmo um encontro bilateral entre chefes de Estado ocorreu durante a visita.
Outros custos despertaram curiosidade e indignação. Foram R$60,7 mil em água e café — valor difícil de justificar em um período tão curto. A conta de telefonia móvel também foi inflada: R$31,8 mil em dados celulares, o que levanta dúvidas sobre o uso racional desses recursos. Dois painéis de LED, alugados por R$2,2 mil, completam a lista de gastos misteriosos.
A hospedagem parcial dos integrantes da comitiva já soma R$361,9 mil, e os dados ainda não foram totalmente divulgados pelo Portal da Transparência. Ou seja, o custo final da viagem pode ser ainda maior do que o que se conhece até agora. Uma visita de um dia com preço de missão diplomática de uma semana.
A agenda incluiu, no entanto, uma visita à ex-presidente Cristina Kirchner — figura controversa, marcada por escândalos de corrupção e atualmente afastada do governo argentino. Para muitos, o encontro simboliza mais afinidade ideológica do que benefício real ao país, agravando a sensação de que a viagem foi, no mínimo, mal planejada.