Jorginho de Azevedo, um dos detidos em 8 de janeiro, é um agricultor de 63 anos natural de São Miguel do Iguaçu, Paraná. Com uma vida dedicada à agricultura desde a infância, ele morava com a esposa e cuidava do pai de 90 anos antes da manifestação em Brasília.
Segundo o Ministro Moraes, Jorginho é apontado como financiador dos ônibus que transportaram manifestantes para os prédios do Executivo, Legislativo e Judiciário, tendo desembolsado R$ 28 mil. No entanto, a advogada Shanisys Martins contesta essa acusação, alegando que a localização do celular de Jorginho indica que ele chegou a Brasília no final da tarde de 8 de janeiro, indo para a Praça dos Três Poderes por volta das 19h, onde acabou sendo preso.
Shanisys nega a participação do agricultor no acampamento no Quartel-General de Brasília e em atos de vandalismo, refutando também a acusação de financiamento de ônibus, explicando que os custos foram divididos entre os manifestantes.
Ao longo do ano de prisão, os problemas de saúde de Jorginho se agravaram, com laudos médicos destacando comorbidades na coluna e um estado de saúde crítico que exige tratamento médico contínuo, sob risco de paraplegia. A defesa alega que o agricultor enfrentou crises de pânico, grave depressão e tentativas de suicídio.
A advogada Érica Gorga, pesquisadora da USP, contesta a ideia de um golpe em 8 de janeiro, argumentando que não houve coordenação entre os manifestantes para tal propósito. Ela destaca a falta de individualização das condutas e a ausência de provas contra os manifestantes, considerando ilegal no Direito Penal do Brasil. Érica enfatiza que os manifestantes não estavam armados para empreender uma tentativa de tomada de controle do governo, indicando a impossibilidade de atingir tal resultado.