O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, está sob investigação por acusações de tráfico de pessoas, relacionadas a um suposto caso de abuso sexual envolvendo uma menor de idade, que resultou em gravidez. Embora Morales negue veementemente as acusações, provas quase irrefutáveis estão sendo levantadas. O caso veio à tona após a promotora Sandra Gutiérrez denunciar que foi afastada de seu cargo por pressionar pela prisão do ex-presidente.
Luis Arce, ao comentar o caso, destacou que a investigação deve seguir com a devida confidencialidade para proteger a adolescente envolvida. Ele reforçou o compromisso do governo boliviano com a proteção dos menores e afirmou que o caso não deve ficar impune, seja qual for o resultado da investigação. “Com as crianças não se mexe”, declarou o presidente em um discurso público, sinalizando o apoio do governo à apuração dos fatos.
A denúncia de Gutiérrez, ex-promotora de Tarija, levou a Procuradoria-Geral a anunciar a criação de uma comissão especializada para investigar o caso. De acordo com informações levantadas pelo Farol, a jovem envolvida tinha 15 anos quando supostamente manteve relações com Morales, resultando no nascimento de uma filha registrada em seu nome. O ex-presidente alega que o caso já foi investigado em 2020 e arquivado por falta de provas.
Morales defende que as acusações fazem parte de uma perseguição política liderada pelo governo de Arce, em resposta à oposição e aos protestos organizados por ele contra o atual presidente.
Em uma coletiva de imprensa, Morales afirmou: “Já investigaram e não encontraram nada. Isso é mais uma mentira.” A tensão entre os dois líderes esquenta o cenário político na Bolívia, à medida que o país aguarda os desdobramentos da investigação.