A cidade de Los Angeles enfrenta uma das piores crises com três grandes incêndios que já deixaram ao menos 16 mortos e forçaram centenas de milhares de pessoas a deixarem suas casas. Em meio ao caos, a elite milionária da cidade tem causado indignação ao contratar bombeiros particulares por até US$ 2.000 (cerca de R$ 12 mil) por hora para proteger suas propriedades de luxo. A medida levanta questionamentos sobre desigualdade social e a gestão de recursos em momentos críticos.
O empresário Keith Wasserman, cofundador da Gelt Venture Partners, gerou revolta nas redes sociais após pedir publicamente por bombeiros privados para proteger sua casa em Pacific Palisades, bairro de alto padrão. A postagem no X, antiga Twitter, onde Wasserman prometia pagar “qualquer quantia” para salvar sua residência, foi duramente criticada por soar insensível diante do sofrimento coletivo. Após a repercussão negativa, Wasserman desativou sua conta na rede social.
A prática de contratar serviços exclusivos durante crises não é novidade entre os ricos de Los Angeles, mas agora reacende o debate sobre o uso desigual de recursos. Celebridades como Kim Kardashian, Sylvester Stallone e Kevin Hart já foram multados por excederem limites de consumo de água durante as medidas de racionamento impostas desde 2022. Enquanto cidadãos comuns enfrentam restrições severas, a elite parece escapar das mesmas responsabilidades.
Esse cenário revela não só a vulnerabilidade de Los Angeles aos desastres naturais, mas também expõe um abismo social alarmante. Em uma cidade onde a desigualdade é cada vez mais evidente, o acesso a proteção e segurança se torna mais uma mercadoria disponível apenas para quem pode pagar. O episódio coloca em xeque a eficácia das políticas públicas e alimenta a indignação popular diante de privilégios que colocam vidas em risco.
O caso repercute amplamente e provoca discussões sobre justiça social e responsabilidade coletiva, destacando como o poder aquisitivo pode influenciar decisões críticas em momentos de emergência.