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Universidade Federal de Lavras: campus novo, mas salas vazias

Estudante relata rotina solitária no campus de São Sebastião do Paraíso

A Universidade Federal de Lavras (Ufla) voltou a ser destaque após viralizar a história de Isadora Rezende, única aluna de sua turma no campus de São Sebastião do Paraíso, no sul de Minas Gerais. O novo campus, inaugurado há três anos, ainda enfrenta dificuldades para atrair estudantes, mesmo oferecendo estrutura moderna e cursos voltados à inovação tecnológica.

Localizada a cerca de 75 km de Franca e 107 km de Ribeirão Preto, a unidade ocupa 150 mil metros quadrados e abriga o Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação (Ictin). Seu principal curso é o bacharelado interdisciplinar em Inovação, Ciência e Tecnologia (BICT), que permite a continuidade para uma formação em engenharia. No entanto, a baixa procura fez com que algumas turmas ficassem esvaziadas, levando ao caso inusitado de Isadora, única aluna de sua especialização em engenharia de produção.

A estrutura do campus conta com laboratórios, prédios de engenharia, incubadoras de empresas, campo de futebol e quadra multiuso. No entanto, obras importantes, como biblioteca, centro de convivência e anfiteatro, ainda estão em andamento. A Ufla tem investido fortemente em tecnologia, especialmente em infraestrutura de TI, para acompanhar a proposta inovadora dos cursos oferecidos.

O campus tem 29 professores doutores com dedicação exclusiva e 124 estudantes matriculados, número bem abaixo das 180 vagas oferecidas anualmente. Segundo a Ufla, um dos desafios é a forma como o curso aparece no Sisu, que pode gerar dúvidas nos candidatos sobre as possibilidades do modelo interdisciplinar. Além disso, a pandemia teria alterado o comportamento dos jovens em relação ao ensino superior.

A Universidade Federal de Lavras, fundada há 116 anos, tem tradição em ensino e pesquisa, especialmente na agropecuária. No entanto, a experiência de Isadora revela os desafios enfrentados pelo campus de São Sebastião do Paraíso para consolidar sua presença e atrair mais alunos. Enquanto isso, a estudante segue sua trajetória acadêmica, com aulas individuais e um aprendizado personalizado—mas sem colegas de classe para compartilhar a experiência universitária.

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