Diferentes agências federais dos Estados Unidos estão se recusando a cumprir uma ordem direta de Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE). O empresário havia exigido que funcionários detalhassem suas atividades semanais, sob pena de demissão, mas entidades como o FBI, o Pentágono e o Departamento de Estado orientaram seus servidores a ignorar a determinação.
No sábado (22), Musk enviou um e-mail intitulado “O que fez na semana passada?”, no qual solicitava um resumo das atividades dos funcionários, com prazo final nesta segunda-feira (24). Ele deixou claro que a não resposta seria interpretada como uma renúncia ao cargo. No entanto, sindicatos e lideranças internas reagiram rapidamente, recomendando que os servidores não respondessem de imediato ao pedido.
Kash Patel, recém-nomeado diretor do FBI e aliado do presidente Donald Trump, foi um dos que aconselharam os funcionários da agência a não atenderem à solicitação. Em entrevista ao The New York Times, Patel afirmou que o FBI revisaria seus processos internos “sem necessidade de respostas imediatas”. O Departamento de Estado seguiu a mesma estratégia, com o subsecretário interino Tibor Nagy garantindo que a comunicação com o DOGE seria feita apenas pelos líderes da pasta.
O episódio aumentou as tensões dentro do governo, especialmente após Trump anunciar no dia 8 que Musk também conduziria uma revisão completa dos gastos do Pentágono. A resistência das agências e a ameaça de ações judiciais por parte da Federação Americana de Funcionários Governamentais (AFGE) indicam que o bilionário pode enfrentar dificuldades para implementar suas medidas de fiscalização.
A situação expõe um embate crescente entre o governo Trump e os setores burocráticos de Washington, reacendendo o debate sobre a autonomia das agências federais e o papel de Musk na administração pública. O Farol Diário seguirá acompanhando os desdobramentos desse embate entre o empresário e o establishment federal.
