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Cooperação entre México e EUA leva à prisão de traficantes em Sinaloa

Inteligência aérea dos Estados Unidos auxilia militares mexicanos no combate ao crime organizado, sem violação da soberania nacional, garante governo.

O Exército do México conseguiu prender traficantes de drogas com base em informações coletadas por drones e voos de inteligência dos Estados Unidos. A colaboração foi confirmada pelo secretário de Defesa mexicano, Ricardo Trevilla, durante uma entrevista coletiva nesta terça-feira (25). O general destacou que as operações americanas apenas complementam a inteligência já existente no país.

Embora Trevilla não tenha especificado os nomes dos presos, o secretário de Segurança, Omar García Harfuch, mencionou a captura de “Wero Bryan”, suposto operador do grupo Los Chapitos, e Kevin Alonso, chefe de segurança de Iván Archivaldo Guzmán, conhecido como “El Chapito”, filho do narcotraficante Joaquín “El Chapo” Guzmán.

De acordo com informações do The New York Times, os Estados Unidos, por meio da CIA, estão utilizando voos para localizar laboratórios de fentanil em território mexicano. Já a CNN revelou que os drones utilizados são do modelo MQ-9, que, embora não estejam armados, podem ser equipados com cargas úteis para operações especiais.

O general Trevilla enfatizou que todos os voos de inteligência americanos são autorizados pelas Forças Armadas mexicanas e seguem protocolos rigorosos para evitar qualquer violação da soberania nacional. Segundo ele, a Secretaria de Defesa é responsável por autorizar e definir as rotas e informações a serem coletadas.

O chefe da Procuradoria-Geral da República (FGR), Alejandro Gertz Manero, também defendeu a colaboração entre os dois países. Ele citou uma operação realizada em janeiro com o Ministério Público Federal do Arizona, que resultou no desmantelamento de uma organização transnacional de tráfico de drogas. O promotor ressaltou que a troca de informações entre México e EUA é essencial no combate ao crime organizado e não se trata de espionagem, mas de um esforço conjunto para desmantelar redes criminosas.

A parceria entre os dois países na luta contra o narcotráfico evidencia a dependência mexicana da tecnologia americana para monitoramento do crime organizado. No entanto, o governo de Andrés Manuel López Obrador busca equilibrar a cooperação com a necessidade de preservar sua autonomia militar, em meio a uma crescente pressão dos Estados Unidos para conter o tráfico de fentanil, droga que tem causado uma grave crise de saúde pública no país vizinho.

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