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PCC expande atuação e usa fintechs para lavar dinheiro, aponta investigação

Crime organizado opera dentro do sistema financeiro formal, diz promotor

O Ministério Público e a Polícia Federal deflagraram uma operação contra duas fintechs suspeitas de lavar dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo o promotor Lincoln Gakiya, o crime organizado alcançou um “outro patamar”, utilizando brechas no mercado financeiro formal para escoar recursos provenientes do narcotráfico. A ação, realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), resultou na prisão de um policial civil que se apresentava como CEO de uma das empresas investigadas.

Gakiya destacou que a lavagem de dinheiro, antes baseada em doleiros e esconderijos físicos, evoluiu para um modelo mais sofisticado, explorando o sistema financeiro digital. “Esses criminosos estão operando no mercado financeiro formal. Melhor do que ter laranjas ou empresas de fachada, é ter o seu próprio banco”, afirmou o promotor, evidenciando a estratégia do PCC para dar aparência legal aos recursos ilícitos.

A investigação é um desdobramento da delação de Vinicius Gritzbach, acusado de lavar dinheiro para o PCC e assassinado no final de 2024. Os investigadores apontam que as fintechs movimentavam milhões de reais por meio de depósitos em nomes de laranjas, utilizando boletos, cartões de crédito e transferências diretas para mascarar a origem dos valores. Os montantes eram então redistribuídos para contas ligadas a narcotraficantes.

Um dos casos identificados envolve Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”, apontado como membro do PCC. Ele teria depositado cerca de R$ 11 milhões em uma das fintechs investigadas. O volume total movimentado pelas empresas ainda não foi divulgado, mas as autoridades suspeitam que os valores sejam significativamente maiores.

A operação reforça a preocupação das autoridades com o avanço da criminalidade no setor financeiro. O jornal O Farol Diário continuará acompanhando os desdobramentos dessa investigação, que evidencia a crescente sofisticação do crime organizado no Brasil.

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