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Erdogan intensifica repressão e prende rival político na Turquia

Detenção do prefeito de Istambul gera protestos, abala mercados e levanta dúvidas sobre democracia no país.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, desencadeou uma grande operação de repressão política, atingindo diretamente seu principal rival, Ekrem İmamoğlu, prefeito de Istambul. A ação incluiu a invasão de casas de 106 opositores, a imposição de uma proibição de protestos por quatro dias e a detenção do popular político, que era considerado um forte candidato à presidência pelo Partido Popular Republicano (CHP). A acusação oficial contra İmamoğlu envolve extorsão, suborno e ligação com o ilegal Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), acusações que ele classifica como uma armação política.

A ofensiva autoritária de Erdoğan teve um impacto imediato na economia turca. A lira despencou quase 13% em relação ao dólar, atingindo uma nova mínima histórica, enquanto o principal índice de ações do país, o BIST-100, registrou uma queda superior a 8%. As medidas repressivas também despertaram indignação dentro e fora do país. Apesar das proibições impostas pelo governo, manifestações ocorreram em várias cidades, incluindo Istambul, onde estudantes entraram em confronto com a polícia.

O CHP agora enfrenta um dilema sobre sua candidatura presidencial, originalmente prevista para ser anunciada em 23 de março. Com İmamoğlu detido, o partido precisará decidir se insiste em seu nome ou se opta por Mansur Yavaş, prefeito de Ancara, como alternativa. Yavaş criticou a ação do governo, afirmando que as recentes decisões judiciais não condizem com um estado de direito.

Enquanto Erdoğan nega envolvimento direto na prisão de İmamoğlu, aliados do presidente, como o ultranacionalista Devlet Bahçeli, defendem as medidas tomadas pelo judiciário turco. Já no cenário internacional, a União Europeia condenou o que classificou como uma ofensiva contra a oposição democrática e a sociedade civil turca.

A escalada repressiva reforça a estratégia de Erdoğan para enfraquecer qualquer ameaça ao seu poder. Desde 2019, İmamoğlu enfrenta múltiplos processos judiciais, que poderiam resultar em sua inelegibilidade ou até mesmo em penas de prisão prolongadas. Agora, com sua prisão, o futuro da oposição turca se torna ainda mais incerto.

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