O Farol Diário – Em um movimento inesperado, Rússia e Ucrânia concordaram em evitar ataques no Mar Negro, conforme anunciado nesta terça-feira (25) pelos Estados Unidos. A medida, fruto de negociações realizadas na Arábia Saudita, busca garantir a segurança da navegação e evitar o uso militar de embarcações civis na região estratégica. Embora limitado, o acordo é visto como um primeiro passo para uma possível solução diplomática da guerra que já dura mais de dois anos.
A Casa Branca anunciou que apoiará a Ucrânia na libertação de civis e no retorno das crianças levadas à força, além de intermediar futuras trocas de prisioneiros. Em troca, ofereceu à Rússia apoio técnico para restaurar suas exportações agrícolas e fertilizantes, aliviando parte do bloqueio comercial que Moscou enfrenta desde o início do conflito.
Apesar da retórica pacificadora, o presidente ucraniano, Volodmir Zelensky, mostrou-se cauteloso, afirmando que é “cedo para dizer” se o acordo funcionará. Ainda assim, ele considerou a medida “um passo certo” e sinalizou abertura para que países como Turquia e nações do Oriente Médio atuem como supervisores de uma possível trégua mais ampla.
O ex-presidente Donald Trump, que lidera a retomada da diplomacia americana, teria pressionado Kiev por um cessar-fogo incondicional de 30 dias. Apesar de sua postura historicamente mais simpática ao Kremlin, Trump teria enfatizado a necessidade de “acabar com os massacres de ambos os lados”. Ainda assim, o presidente russo Vladimir Putin impôs condições à trégua, focando apenas em ataques a infraestruturas energéticas.
O cenário no front, no entanto, segue longe da paz. A Rússia continua avançando em território ucraniano e relatou a tomada de novas localidades. Já Kiev acusou Moscou de usar as negociações como tática para ganhar tempo. Na segunda-feira, um bombardeio russo feriu mais de cem pessoas em Sumy, enquanto Moscou celebrou vitórias estratégicas no sul e leste do país. A próxima rodada de negociações, embora ainda sem data marcada, será crucial para medir se há, de fato, vontade política real de encerrar o conflito.