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EUA impõem nova taxa portuária a navios chineses em estratégia para reativar setor naval

Nova medida tarifária visa estimular construção naval americana, mas gera críticas por riscos inflacionários e instabilidade global

O governo dos Estados Unidos anunciou um novo pacote de taxas portuárias direcionadas a navios chineses, como parte de uma estratégia mais ampla para reativar sua indústria naval e conter o domínio chinês no setor. A medida, revelada nesta quinta-feira (17) pelo Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR), estabelece tarifas sobre embarcações construídas e operadas pela China que atracarem em portos americanos, com cobrança baseada na tonelagem líquida ou na carga transportada.

As novas taxas entram em vigor dentro de 180 dias e serão aplicadas de forma gradual, podendo ser elevadas nos próximos anos. Navios de propriedade chinesa pagarão inicialmente US$ 50 por tonelada líquida, com aumentos de US$ 30 por ano até 2028. Já os navios construídos na China, mas operados por empresas de outros países, pagarão uma tarifa menor, de US$ 18 por tonelada líquida, com acréscimos anuais de US$ 5.

A decisão é mais um capítulo da longa disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo, intensificada durante o governo de Donald Trump. O ex-presidente republicano defende as tarifas como ferramenta para estimular a produção interna e proteger a segurança econômica dos EUA. “Essas ações começam a reverter o domínio chinês e sinalizam uma demanda por navios construídos nos EUA”, declarou Jamieson Greer, representante comercial norte-americano.

No entanto, a reação de Pequim foi imediata e crítica. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, classificou a iniciativa como “autodestrutiva”, alegando que ela elevará os custos do comércio global e agravará a inflação interna nos Estados Unidos. Ele também minimizou o efeito da medida, afirmando que “isso não revitalizará a indústria naval americana”.

Especialistas alertam que a escalada tarifária pode aumentar as pressões sobre os consumidores e afetar a estabilidade da indústria global de transporte. Enquanto Trump sinaliza abertura para negociar com a China, a manutenção de tarifas elevadas de ambos os lados parece manter a tensão comercial viva. O Farol Diário continuará acompanhando os desdobramentos dessa disputa que mistura protecionismo, diplomacia e interesses estratégicos globais.

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