Em despacho assinado no dia 8 de maio, o Presidente da República encaminhou ao Congresso Nacional um projeto de lei que autoriza a doação de dois helicópteros Bell 206B Jet Ranger III, conhecidos como IH-6B na Marinha do Brasil, à Armada Nacional da República Oriental do Uruguai. A iniciativa é coordenada pelo Ministério da Defesa e representa mais um capítulo na cooperação militar entre os dois países sul-americanos.
A medida ocorre em um momento de transição da frota da Aviação Naval brasileira. Em breve, o Brasil iniciará o processo de desfazimento dos modelos IH-6B, que serão substituídos por modernos Airbus Helibras H125, designados IH-18. Essas novas aeronaves serão utilizadas principalmente para a instrução prática de voo dos Oficiais-Alunos do CAAVO (Curso de Aperfeiçoamento de Aviação para Oficiais), promovido pelo CIAAN (Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval Almirante José Maria do Amaral Oliveira).
Não é a primeira vez que a Marinha do Brasil contribui com a modernização da força aérea naval uruguaia. Em 2006, o Uruguai recebeu o helicóptero AS 355F2 Esquilo Bi-Turbina, anteriormente designado UH-13 N-7061 no Brasil, que passou a operar como AR-071 sob bandeira uruguaia. A doação anterior foi acompanhada de um ressarcimento financeiro, proposto em dezembro de 2005, no valor de US$ 1.363.067,00, que auxiliou a reativação de aeronaves então inoperantes da Força Aeronaval brasileira.
A renovação da frota e a cooperação regional são apresentadas como medidas de fortalecimento estratégico. No entanto, críticos observam que, em um cenário de limitações orçamentárias persistentes nas Forças Armadas, o envio de material ainda funcional para fora do país poderia merecer um debate mais amplo no Congresso. Ainda assim, a substituição por aeronaves mais modernas pode indicar uma tentativa de reorganização logística e de foco em eficiência operacional.
O Farol Diário seguirá acompanhando o trâmite do projeto de lei no Congresso Nacional e os desdobramentos da modernização da Aviação Naval brasileira, tema de interesse tanto para a defesa nacional quanto para a diplomacia regional.
