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Governo Lula se mobiliza para controlar CPMI do INSS

Com risco de derrota na instalação da comissão, governo quer assumir cargos-chave para manter o controle dos depoimentos

Diante da iminente instalação da CPMI do INSS, o governo Luiz Inácio Lula da Silva articula uma movimentação política para tentar manter o controle sobre os rumos da investigação. A avaliação do Planalto é que será difícil barrar a comissão, cuja criação já conta com amplo apoio parlamentar. Por isso, a nova estratégia é ocupar os principais postos da CPMI — presidência, vice e relatoria — e, assim, influenciar diretamente a ordem dos trabalhos e dos depoimentos.

Segundo apurou O Farol Diário, outra tentativa em curso é restringir a investigação a uma CPI apenas no Senado, descartando a modalidade mista, que incluiria também a Câmara dos Deputados. A motivação por trás disso seria evitar o aumento da exposição midiática e a ampliação dos discursos oposicionistas, mais presentes na Câmara.

Até esta terça-feira, a oposição já havia reunido 236 das 250 assinaturas necessárias para instaurar a CPMI no Congresso. No Senado, o número de apoios já havia ultrapassado o mínimo exigido. Para garantir a instalação da comissão, líderes oposicionistas articulam uma campanha de pressão pública sobre deputados e senadores, explorando o forte apelo popular do caso.

O escândalo no INSS, que motivou a comissão, envolve descontos indevidos nos contracheques de aposentados, cujos valores foram desviados para associações de fachada. As investigações estão sendo conduzidas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), e revelam possíveis conexões com movimentos sindicais — tradicional base de apoio do governo petista.

Parlamentares de oposição afirmam que o objetivo da CPMI é aprofundar o elo entre o esquema e figuras ligadas ao sindicalismo, incluindo o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT), que foi exonerado em meio à crise. A resistência à comissão, curiosamente, vem principalmente de parlamentares do Nordeste — região onde há grande concentração de aposentados lesados, mas também onde o governo mantém seu maior capital político.

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