A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) está licenciada do mandato e anunciou estar fora do país. Segundo declarou, ela encontra-se na Europa, onde pretende atuar politicamente denunciando o que classifica como abusos do Supremo Tribunal Federal (STF). Zambelli afirmou que sua saída do Brasil tem como objetivo garantir liberdade de atuação e dar visibilidade internacional a casos de perseguição política.
“É estranho abrir mão do que sempre foi meu lugar, mas agora poderei falar sem amarras”, disse a parlamentar em vídeo divulgado nas redes sociais. Zambelli, que possui cidadania italiana, evitou revelar seu paradeiro exato, alegando questões de segurança, mas indicou que pretende se reunir com lideranças políticas europeias.
A decisão da deputada ocorre em meio à condenação imposta pela 1ª Turma do STF, que a sentenciou à prisão em regime fechado, além da perda do mandato e da inelegibilidade por oito anos. O processo envolve uma acusação de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O ministro Cristiano Zanin já encaminhou a decisão ao presidente da Câmara, que deverá decidir sobre a cassação do mandato da parlamentar.
Zambelli insiste que não fugiu do país, afirmando que não há mandado de prisão contra ela e que sua saída foi estratégica. “A Câmara ainda pode rejeitar a cassação. Minha voz continuará sendo ouvida, agora ainda mais livre”, declarou. Segundo ela, o exemplo de Daniel Silveira mostra os riscos de permanecer em silêncio sob risco de prisão.
A parlamentar também mencionou como inspiração o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem atuado internacionalmente com críticas ao STF e apoio a movimentos conservadores. “O papel dele nos Estados Unidos é essencial. Quero abrir um canal semelhante aqui na Europa”, declarou.
A movimentação de Zambelli amplia o embate entre setores da direita e o Judiciário, tema recorrente nas páginas de O Farol Diário, que acompanha de perto os conflitos institucionais envolvendo os poderes da República e a liberdade de expressão dos parlamentares.