Justiça reconhece abuso e condena jornalista por difamação sem provas
O jornalista americano Glenn Greenwald foi condenado a pagar R$ 200 mil ao senador Sergio Moro (União Brasil-PR), após chamá-lo publicamente de “corrupto” em redes sociais, sem apresentar qualquer indício de prova. A decisão, proferida pela juíza Juliane Velloso Stankevecz, da 17ª Vara Cível de Curitiba, também ordena a exclusão de oito publicações ofensivas nas plataformas X e YouTube, no prazo de 48 horas após o trânsito em julgado da sentença.
Na decisão, a magistrada foi enfática ao afirmar que as publicações de Greenwald ultrapassaram o direito à liberdade de expressão, ao atribuírem um crime a Moro sem qualquer respaldo jurídico. Ela destacou que não há decisão judicial que relacione o senador à prática de corrupção, e que a fala do jornalista tinha “claro intuito acusatório”, comprometendo a honra e a imagem pública do parlamentar.
Embora a suspeição de Sergio Moro no caso do ex-presidente Lula tenha sido reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, isso não implica em condenação ou qualquer ligação formal com corrupção, conforme salientou a juíza. Para ela, o discurso de Greenwald resvalou na irresponsabilidade, ampliando falsamente a percepção pública sobre o senador.
A sentença também reprovou a postura do jornalista diante do Judiciário, classificando como “hilária” uma decisão anterior citada por Greenwald em sua defesa. A juíza considerou que houve má-fé no uso da liberdade de expressão como escudo para ataques infundados, algo que vai na contramão da responsabilidade que se espera de comunicadores públicos.
A indenização de R$ 200 mil tem caráter compensatório, pedagógico e punitivo. A magistrada levou em consideração a repercussão nacional do caso, a influência do jornalista nas redes sociais e o dano causado à imagem de Moro. Segundo ela, o valor visa não apenas reparar o prejuízo, mas desestimular práticas semelhantes no ambiente digital.
Apesar da condenação, ainda cabe recurso. O caso segue sendo acompanhado por O Farol Diário, que seguirá noticiando os desdobramentos jurídicos e políticos do embate entre um ex-ministro da Justiça e um dos mais proeminentes jornalistas estrangeiros no Brasil.
