LONDRES — Após dois dias de negociações em Londres, as delegações de Estados Unidos e China chegaram a um novo acordo comercial. O presidente Donald Trump anunciou o fechamento do tratado nesta quinta-feira (12), em uma publicação na rede Truth Social, embora a ratificação formal ainda dependa de Trump e do presidente chinês Xi Jinping.
Segundo Trump, o pacto prevê que a China fornecerá ímãs e terras raras aos EUA — elementos estratégicos para a indústria tecnológica. Em troca, os Estados Unidos permitirão que estudantes chineses frequentem instituições de ensino americanas, flexibilizando a política de vistos. Até o momento, autoridades chinesas não comentaram o anúncio.
As conversas recentes deram continuidade ao chamado “pacto de Genebra”, firmado em maio, que suspendeu temporariamente a escalada tarifária entre os dois países. Terras raras, um conjunto de 17 elementos químicos essenciais para produtos como smartphones, carros elétricos e equipamentos militares, têm grande peso geopolítico. A China detém mais de um terço das reservas globais desses elementos.
Apesar do avanço, as tarifas comerciais seguem como um tema sensível. Trump afirmou que os EUA mantêm um total de 55% de tarifas sobre produtos chineses, enquanto a China aplica 10% sobre produtos americanos. A Casa Branca explicou que parte das tarifas norte-americanas se refere a punições ligadas ao tráfico de fentanil, além de tributos pré-existentes.
Nos últimos meses, Trump havia elevado consideravelmente as tarifas contra a China, com sobretaxas que chegaram a 145%. A resposta chinesa veio com tarifas de até 125%. O impacto nas cadeias globais de comércio motivou a retomada das negociações. Ainda em maio, o governo Trump recuou parcialmente, reduzindo as tarifas a 30% e prorrogando a suspensão para a União Europeia até julho.
O acordo anunciado hoje representa um passo importante, mas a relação comercial entre as duas potências segue marcada por desconfiança mútua. O presidente Trump já havia criticado a China por suposto descumprimento do pacto anterior, enquanto Pequim acusou Washington de adotar medidas discriminatórias. O Farol Diário seguirá acompanhando os desdobramentos desse complexo cenário.