Brasília – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (16) a prorrogação por mais 60 dias do inquérito que investiga o blogueiro Allan dos Santos. A medida foi tomada a pedido da Polícia Federal (PF), que afirmou precisar de mais tempo para concluir a apuração sobre a suposta atuação de Santos em uma rede organizada de desinformação.
O inquérito teve origem em uma denúncia da jornalista Juliana Dal Piva, que acusa o blogueiro de liderar uma “estratégia de milícia digital” com ataques direcionados à Polícia Federal e ao Supremo. Entre os episódios citados, está a publicação de supostas conversas forjadas, nas quais Dal Piva revelaria um plano fictício do ministro Moraes para prender o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Além da prorrogação do inquérito, a Polícia Federal também conseguiu autorização do STF para obter dados da Meta. A empresa deve fornecer informações sobre os perfis “AllanConta46” e “AllanConta47”, incluindo IPs e conteúdos publicados, o que pode reforçar a investigação de vínculos com campanhas de desinformação e ataques às instituições.
Allan dos Santos segue como um dos principais alvos nos inquéritos das fake news e das chamadas milícias digitais, ambos conduzidos sob sigilo pelo Supremo. Desde 2021, ele é considerado foragido pela Justiça brasileira e atualmente reside nos Estados Unidos, de onde continua atuando nas redes sociais.
A atuação de Moraes nesse e em outros casos levanta críticas sobre a concentração de poder nas mãos de um único ministro, especialmente em um contexto de acusações que envolvem liberdade de expressão e o papel das redes sociais no debate público. O caso será acompanhado de perto por O Farol Diário, à medida que se desdobra no Judiciário e no cenário político.
