FAB confirma cortes drásticos após decreto federal e paralisa 40 aeronaves
A Força Aérea Brasileira (FAB) iniciou a paralisação de pelo menos 40 aeronaves e o afastamento de 137 pilotos, incluindo membros do Grupo de Transporte Especial, responsável por transportar autoridades do alto escalão. A medida integra um conjunto de ações para cortar custos, após um bloqueio de R$ 812,2 milhões no orçamento do Comando da Aeronáutica. A informação veio à tona com a divulgação de uma planilha interna, vazada nas redes sociais nesta terça-feira (1º), que detalha as ações de contenção em andamento.
As informações foram inicialmente divulgadas pelo perfil @viajandocomoluiz, que compartilhou a imagem de uma planilha chamada “Impactos”. O documento aponta nove medidas imediatas adotadas pela FAB, incluindo a suspensão de voos para eventos públicos e o corte no pagamento de missões externas. A autenticidade do conteúdo foi confirmada por fonte ligada às Forças Armadas, e, embora a FAB não tenha detalhado todas as ações, reconheceu oficialmente a execução do plano.
Segundo nota enviada pela Força, a origem dos cortes está no Decreto nº 12.447, de 30 de maio de 2025, que determinou a contenção de R$ 2,6 bilhões no orçamento do Ministério da Defesa. A parte que coube à Aeronáutica representa uma redução de 17% em relação à Lei Orçamentária Anual e afeta tanto projetos estratégicos quanto despesas discricionárias, impactando operações, logística e áreas administrativas.
Entre as consequências práticas, a FAB relatou dificuldades que vão além da simples limitação de voos: há escassez de combustível, lubrificantes e peças de reposição, afetando todo o ciclo de manutenção e operação da frota aérea. Reparos em motores também estão comprometidos, elevando o risco de comprometer a prontidão das aeronaves.
A adoção de meio expediente em unidades da FAB e do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) é outro sinal do impacto profundo das restrições. A medida foi interpretada por analistas como reflexo de um governo que impõe cortes aos setores estratégicos da defesa nacional, em meio a uma gestão criticada por priorizar gastos em outras áreas de menor retorno institucional.
O Farol Diário seguirá acompanhando os desdobramentos das medidas e os efeitos dessa contenção orçamentária sobre a segurança e a soberania nacional.