O Farol Diário – O regime de Nicolás Maduro deteve o cientista Armando Miragaya, de 72 anos, sob acusação de traição por supostamente revelar ao FBI informações sobre operações militares conjuntas entre Venezuela e Irã. A prisão foi confirmada pelo ministro Diosdado Cabello, que descreveu o caso como uma grave violação de segurança nacional, embora tenha minimizado a credibilidade das informações vazadas.
Segundo o governo venezuelano, Miragaya teria alertado agentes norte-americanos sobre a existência de bases iranianas em solo venezuelano, com capacidade para lançamento de mísseis e drones. Um dos pontos mais sensíveis seria um mapa, encontrado no celular do cientista, que indicaria alvos potenciais nos Estados Unidos. Apesar da gravidade das acusações, o caso permanece cercado de sigilo e sem acesso público aos autos.
O elo entre Miragaya e os Estados Unidos teria começado por meio de sua ex-esposa, Juana Nieves, atualmente residente nos EUA. De acordo com Cabello, ela teria intermediado o contato com uma suposta agente americana identificada apenas como Juliana. A partir dessa conexão, o cientista teria iniciado uma série de trocas de informações confidenciais.
Apesar da retórica oficial, Cabello classificou os dados entregues como “fantasiosos”, o que levanta suspeitas sobre o verdadeiro motivo da prisão. A falta de transparência no processo e o desaparecimento do cientista aumentam as preocupações com violações de direitos civis sob o regime chavista, conhecido por sufocar dissidentes e críticos internos.
Até o momento, não há confirmação pública por parte do FBI ou do governo dos Estados Unidos sobre qualquer operação envolvendo Miragaya. O episódio, no entanto, aprofunda as tensões diplomáticas entre Caracas e Washington e acende um alerta sobre a crescente influência iraniana na América Latina — um tema frequentemente ignorado por organismos multilaterais e veículos alinhados ao progressismo internacional.