O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), determinou que nenhuma comissão parlamentar poderá se reunir até o dia 1º de agosto. A medida inviabiliza deliberações políticas durante o recesso de julho, mesmo com convocações feitas por deputados do Partido Liberal (PL), que planejavam atos de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo Motta, a decisão está amparada pela necessidade de reformas estruturais nos plenários das comissões, localizados em um dos corredores principais da Câmara. O anúncio da paralisação das atividades foi oficializado na semana passada, com a justificativa de que as obras impedirão qualquer encontro presencial durante o período.

Deputados da oposição, em especial do PL, tentavam organizar sessões com foco em moções políticas pró-Bolsonaro, que segue com restrições impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Apesar das limitações, aliados esperavam a presença simbólica ou mesmo pessoal do ex-presidente em eventos na Câmara.
A medida adotada por Motta mantém o recesso parlamentar e desmobiliza iniciativas da direita, que buscavam marcar posição mesmo fora do calendário legislativo. O retorno das atividades está previsto para 4 de agosto, com a expectativa de que as reformas tenham sido finalizadas até lá.
No cenário político, a decisão levanta questionamentos sobre o uso administrativo de prerrogativas da presidência da Câmara como instrumento de contenção da oposição. Para leitores d’O Farol Diário, o episódio reforça o embate entre uma direita em busca de espaço e uma base institucional cada vez mais alinhada à estabilidade do status quo.