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Brasil: A segunda pior burocracia do mundo para multinacionais, aponta relatório internacional

Um levantamento da Citco Mercator destaca o Brasil como um dos países mais burocráticos para multinacionais, refletindo custos elevados e prazos longos no compliance.

Um estudo realizado pela Citco Mercator, plataforma internacional de gestão financeira, posicionou o Brasil como o penúltimo país no ranking global de burocracia para multinacionais, à frente apenas da Indonésia. O relatório aponta fatores como custos elevados e prazos longos em processos de compliance como os principais entraves.

Entre os elementos que agravam o cenário brasileiro estão a dependência de processos manuais, mudanças regulatórias frequentes e exigências corporativas específicas, como a necessidade de tradutores e cartórios especializados. Apesar de avanços pontuais na digitalização, o país ainda enfrenta gargalos administrativos que prolongam procedimentos e encarecem a operação de empresas estrangeiras.

Impactos econômicos e comparações globais
O levantamento também evidencia como a ineficiência estrutural afeta a competitividade do Brasil. Segundo o Índice de Liberdade Econômica, produzido pela Heritage Foundation, o país ocupa a 124.ª posição entre 184 territórios e é classificado como “predominantemente não livre”. Em um cenário mais amplo, o Brasil perdeu seis posições no ranking global de competitividade da Firjan, caindo para a 46.ª posição em 2024.

Ainda assim, especialistas destacam que os desafios brasileiros refletem dificuldades comuns na América Latina, incluindo países como Argentina e México. A sofisticação jurídica e a instabilidade econômica tornam o ambiente de compliance menos previsível em comparação a outras regiões.

Perspectivas e oportunidades no mercado brasileiro
Apesar das dificuldades, o Brasil ainda é considerado um mercado promissor para multinacionais. Kariem Abdelatif, diretor da Citco Mercator, ressalta que a compreensão das complexidades locais é essencial para capitalizar o potencial da região. “Empresas que investirem em conhecimento regional e estratégias ágeis estarão mais preparadas para mitigar os riscos e explorar as oportunidades da América Latina”, afirmou.

O relatório também destaca que a adoção de tecnologias no pós-pandemia trouxe avanços no compliance, mas as disparidades entre jurisdições avançadas e locais menos desenvolvidos continuam a exigir soluções customizadas.

Conclusão: o desafio da modernização
Para melhorar sua atratividade, o Brasil precisará investir em simplificação regulatória e infraestrutura digital. Sem essas reformas, a combinação de burocracia elevada e custos desproporcionais pode continuar afastando investimentos estratégicos do país, dificultando sua inserção competitiva no cenário global. O Farol Diário seguirá acompanhando os desdobramentos desse tema crítico para a economia nacional.

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