A atriz Cassia Kis, conhecida por seu trabalho em novelas da Rede Globo, tornou-se ré em uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF) por declarações consideradas transfóbicas. A denúncia, recentemente aceita pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), é baseada em falas da atriz em uma entrevista concedida à jornalista Leda Nagle, em 2022, quando Cassia fez críticas à ideologia de gênero.
O processo foi iniciado após uma queixa-crime movida pelo coletivo Antra (Articulação Nacional dos Transgêneros) e pelo ator José de Abreu, pai de uma mulher trans.
Segundo documentos judiciais, a atriz pode enfrentar uma multa de até R$ 1 milhão caso seja condenada. A entrevista de Cassia Kis, além de criticar a identidade de gênero, associava a chamada “ideologia de gênero” à destruição da família tradicional, uma narrativa que tem gerado controvérsia em debates sobre direitos LGBTQIA+.
José de Abreu, que se envolveu diretamente no processo, afirmou que, como pai de uma pessoa trans, sentiu-se pessoalmente ofendido pelas declarações da atriz. O caso ganhou ainda mais visibilidade nas redes sociais, trazendo à tona discussões sobre preconceito e a necessidade de combater a transfobia no Brasil. A participação de personalidades públicas, como Abreu, ampliou a relevância do debate.
Além dessa ação civil pública, Cassia Kis também enfrenta outro processo por homofobia, movido pelo Grupo Arco-Íris, uma ONG que defende os direitos LGBTQIA+.
A entidade pede uma indenização de R$ 250 mil, que seria destinada a projetos de combate à LGBTfobia no ambiente cultural.
