O governo do presidente Lula (PT) decidiu manter em sigilo, por um período de cinco anos, os detalhes dos gastos referentes à estadia no JW Marriott Grosvenor House em Londres durante uma viagem oficial. O valor total desembolsado foi de R$ 1,47 milhão para hospedagem no hotel, além de R$ 140 mil destinados a duas salas de reuniões.
A viagem ocorreu em maio, coincidindo com a coroação do rei Charles III, e contou com a presença do presidente e sua comitiva, que ocuparam 57 quartos no referido hotel. Embora solicitada através da Lei de Acesso à Informação, a divulgação da lista de hóspedes foi negada pela Casa Civil, com base em regulamentação vigente desde 2012.
A Casa Civil, apesar de recusar o acesso à lista de hóspedes do hotel de luxo, classificou a resposta como “acesso concedido”, o que contradiz o princípio da publicidade previsto na Constituição, que defende que documentos governamentais devem ser públicos.
O governo de Lula continuou com um alto volume de decisões de sigilo semelhante ao da gestão de Jair Bolsonaro. No último ano de Bolsonaro, foram negados 1.332 pedidos de acesso a documentos sob a justificativa de que continham informações pessoais; já na gestão de Lula, o número foi levemente maior, com 1.339 pedidos negados, indicando apenas uma pequena variação de sete casos.