O ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando a anulação de todas as ações judiciais da Operação Lava Jato contra ele. A defesa de Cerveró argumenta que decisões recentes, como as que favoreceram o empresário Marcelo Odebrecht e Raul Schmidt, devem ser aplicadas também ao ex-diretor da estatal. Essas decisões envolvem questionamentos sobre a legalidade de alguns procedimentos da operação.
O pedido de anulação das condenações de Nestor Cerveró no âmbito da Lava Jato é mais um exemplo de como as conquistas dessa operação estão sendo minadas nos tribunais superiores.
O pedido apresentado pelos advogados de Cerveró na última quinta-feira (26/9) está fundamentado em diálogos revelados pela Operação Spoofing, que em 2019 expôs conversas obtidas por hackers entre membros da força-tarefa da Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro.
Segundo a defesa, esses diálogos sugerem que houve uma colaboração indevida entre os procuradores e o juiz, o que teria prejudicado o direito de defesa de Cerveró. O ex-diretor da Petrobras foi preso em 2015 e cumpriu pena até 2016, após ser condenado por corrupção.
Os advogados afirmam que o processo contra Cerveró foi conduzido de maneira injusta, com uma confusão entre as funções de acusação e julgamento. O argumento é o mesmo usado pela defesa de Lula, aceito pelo STF, criando precedentes.
Caso o STF acolha o pedido, isso poderia representar a invalidação completa das condenações e processos ainda pendentes contra o ex-diretor da Petrobras.
A defesa de Cerveró, ao tentar aplicar as recentes decisões do STF em seu favor, pode representar apenas mais um passo na direção de um país que abandona a esperança de ver grandes criminosos punidos.
O fortalecimento da impunidade é uma ameaça real, e o Brasil precisa ficar atento para não perder o que foi conquistado com tanto esforço.