O governo do presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou uma medida drástica em resposta ao que ele descreve como “doutrinação” nas escolas. Na quinta-feira (4 de abril de 2024), foi revelado que a Lei de Educação do país será modificada para punir qualquer forma de doutrinação ideológica nas instituições de ensino. Esta decisão surge após um discurso polêmico de uma professora durante um evento em memória da Guerra das Malvinas.
O porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, em uma coletiva de imprensa na Casa Rosada, declarou que os artigos 11.º e 126.º da Lei Nacional da Educação sofrerão alterações para combater a influência política nas escolas. Adicionalmente, será disponibilizado um canal específico para que pais e alunos possam denunciar casos de doutrinação e atividades políticas que violem a liberdade de expressão.
Esta nova linha de comunicação permitirá a pais e estudantes expressar suas preocupações sempre que sentirem que seus direitos educacionais não estão sendo respeitados. A decisão veio à tona após a repercussão negativa de declarações feitas pela professora Soledad Reyes durante a comemoração do Dia dos Veteranos e dos Mortos na Guerra das Malvinas, sugerindo que a mídia promoveu a ideia de que ir à guerra era benéfico e necessário. Essas observações foram consideradas ofensivas por veteranos presentes no evento, conforme reportado pelo jornal Clarín.
A mudança anunciada na Lei de Educação recebeu críticas da Ctera (Confederação de Trabalhadores da Educação da República Argentina), que respondeu com uma greve nacional dos docentes na mesma quinta-feira, demandando a restituição do piso salarial, mais investimentos em programas educacionais e um aumento salarial para os professores.