Em meio à crescente onda de intolerância na Europa, um grupo de torcedores israelenses do Maccabi Tel Aviv foi brutalmente atacado em Amsterdã, Holanda, logo após uma partida contra o Ajax pela Liga Europa. O episódio, que deixou muitos feridos e aumentou o clima de tensão entre judeus na cidade, levanta preocupações sobre o ressurgimento do antissemitismo em um continente que ainda carrega as cicatrizes do Holocausto.
Relatos de sobreviventes afirmam que o ataque foi “premeditado”, com os torcedores cercados por manifestantes que lançaram objetos e gritaram insultos antissemitas. Em meio ao caos, a polícia local prendeu 62 suspeitos, mas, segundo os atacados, falhou em oferecer a escolta necessária desde o embarque nos trens até os hotéis. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, condenou a agressão, chamando-a de um “ataque antissemita premeditado” e prometeu auxílio para o retorno dos israelenses ao país.
Para especialistas, como o cientista político André Lajst, o caso acende um alerta global sobre a normalização do discurso de ódio. Em um paralelo histórico, Lajst destacou que o ataque ocorreu às vésperas do aniversário da Noite dos Cristais, tragédia antissemita que marcou o início de um período sombrio na Europa, alertando que a violência contra judeus permanece uma ameaça atual.
A crescente tensão entre Israel e grupos terroristas no Oriente Médio aumenta a polarização, mas, como destacou o Yad Vashem, o Museu do Holocausto de Jerusalém, manifestações de apoio não podem se transformar em ataques a inocentes. A comunidade internacional precisa reafirmar o compromisso de combater o ódio, respeitar a dignidade humana e promover o diálogo, para evitar que as tragédias do passado se repitam em um presente que insiste em reviver antigas feridas.
Vídeos da noite de terror:
A polícia holandesa esta manhã começou os processos de prisão para prender membros das gangues do Médio Oriente e do Norte de África que aterrorizaram Amsterdã na noite passada.