A Anvisa e o Ministério Público abriram uma investigação para apurar a contaminação de seis pacientes com HIV após transplantes de órgãos no estado do Rio de Janeiro. A informação foi revelada por Rodolfo Schneider, diretor-geral de conteúdo do Grupo Bandeirantes de Comunicação. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os exames realizados nos doadores teriam apresentado resultados falsos negativos, permitindo que os órgãos infectados fossem transplantados.
Os exames foram realizados pelo laboratório PCS, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, que foi contratado emergencialmente pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio em dezembro de 2023. Desde então, mais de 500 transplantes foram realizados sob a responsabilidade do laboratório, que agora está sendo alvo de uma investigação minuciosa. A Secretaria de Saúde confirmou que todos os pacientes que passaram por transplantes durante esse período estão sendo testados novamente.
A situação foi descoberta no início de setembro, quando um paciente transplantado apresentou sintomas neurológicos e testou positivo para HIV, embora não tivesse o vírus antes do procedimento. Após investigações, outros cinco casos semelhantes foram confirmados, totalizando seis pacientes infectados. A Anvisa visitou o laboratório PCS nesta semana e descobriu que o local não possuía os kits adequados para a realização dos exames de sangue, o que levantou suspeitas de que os testes poderiam ter sido forjados.
Este incidente, classificado como “evento adverso grave”, é considerado sem precedentes no Brasil, que realiza transplantes desde 1964. Autoridades de transplantes de todo o país se reuniram para discutir medidas de segurança e evitar que novos casos ocorram. O caso está sendo tratado com prioridade, e o laboratório teve suas atividades suspensas até o fim das investigações.