O Censo 2022 do IBGE revelou que mais de 16,3 milhões de pessoas, o equivalente a 8,1% da população do Brasil, vivem atualmente em favelas e comunidades urbanas. Este número marca um aumento de 43,46% em relação ao Censo de 2010, quando cerca de 11,4 milhões de pessoas habitavam esses territórios. Caso esses moradores formassem um novo estado, seria o terceiro mais populoso do país, superado apenas por São Paulo e Minas Gerais.
O estudo, realizado em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa) e o Instituto Data Favela, contou ainda com o apoio de mais de 30 organizações. Além disso, esta foi a primeira vez desde 1991 que o termo “favela” foi usado oficialmente pelo IBGE, substituindo a expressão “Aglomerado Subnormal”. A mudança visa eliminar a conotação negativa, conferindo reconhecimento e representatividade a esses territórios que movimentam grande parte da economia nacional.
A pesquisa também trouxe um retrato detalhado da distribuição regional desses territórios. A maior concentração está no Sudeste, com 48% do total, seguido pelo Nordeste, com 26,8%. Contudo, a Região Norte apresenta a maior proporção de sua população residindo em favelas: cerca de 18,9%, mais que o dobro da média nacional. Amazonas, Amapá e Pará são os estados com maior percentual populacional nesses locais, com destaque para o Amazonas, onde 34,7% de seus habitantes residem em favelas.
Outro dado importante é o perfil sociodemográfico dos moradores de favelas. A população é majoritariamente negra, com uma mediana de idade de 30 anos, inferior à média nacional de 35 anos. Segundo Renato Meirelles, do Instituto Data Favela, essas pessoas representam uma parcela vital do Brasil e merecem inclusão nas políticas públicas, sendo responsáveis por uma significativa contribuição econômica ao país.