Presidente chileno afirma que Brasil passa por processo de “venezuelização”

Apesar de ser socialista, o presidente Chileno manifestou preocupação com o cenário radical dentro do Brasil

Durante a 79ª Assembleia Geral da ONU, o presidente do Chile, Gabriel Boric, destacou a necessidade de as nações progressistas adotarem uma postura unificada frente às eleições venezuelanas deste ano, que mantiveram Nicolás Maduro no poder mesmo com sinais de fraude. Para Boric, a falta de coerência nos posicionamentos da esquerda global enfraquece suas forças e abre espaço para retrocessos democráticos.

Boric defendeu que questões como a defesa dos direitos humanos e a democracia devem ser tratadas sem “duplo padrão”, independentemente da ideologia política do governo em questão. Ele criticou a tendência de alguns líderes progressistas em relativizar as violações de direitos dependendo de quem as comete, citando casos como os de Maduro na Venezuela, Ortega na Nicarágua e Putin na Rússia. “Os direitos humanos não podem ser julgados conforme a cor do ditador de turno”, afirmou.

O presidente chileno também revelou ter discutido o tema com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Boric, o fenômeno da “venezuelização” da política interna no Brasil tem causado prejuízos significativos às esquerdas na América Latina. Lula, por sua vez, defendeu a necessidade de novas eleições na Venezuela, reconhecendo que nem Maduro nem a oposição teriam conquistado uma vitória legítima.

O debate na ONU, intitulado “Defesa da Democracia, Combatendo os Extremismos”, reforçou a importância de uma postura firme e coerente entre os líderes progressistas. Boric destacou que, ao hesitar ou vacilar diante de conflitos, a esquerda perde credibilidade e força para lutar por avanços democráticos e sociais.

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