A produção do Exynos 2500, chip que será usado no Galaxy S25, está enfrentando atrasos significativos devido a dificuldades na divisão de semicondutores da Samsung. Um engenheiro da empresa, que preferiu não se identificar, afirmou ao jornal coreano Chosun que o limite de 52 horas semanais de trabalho na Coreia do Sul prejudica a eficiência das equipes. A carga horária foi reduzida em 2018, substituindo o antigo limite de 68 horas semanais.
A crítica levanta questionamentos sobre a viabilidade das regras trabalhistas para setores de alta competitividade, como o de semicondutores. Apesar das dificuldades enfrentadas pela Samsung, a concorrente sul-coreana SK Hynix opera sob o mesmo regime de trabalho e não parece sofrer os mesmos impactos. A diferença, segundo o engenheiro, estaria na pressão por resultados em um mercado dominado pela taiwanesa TSMC, que conta com uma força de trabalho muito maior, estimada entre 80 mil e 110 mil pessoas, contra cerca de 10 mil da Samsung.
Para contornar os problemas, rumores indicam que a Samsung estaria negociando a terceirização da fabricação do Exynos 2500 para a própria TSMC. Essa medida inusitada seria uma tentativa de manter o cronograma de lançamento do Galaxy S25. A TSMC já presta serviços de fabricação para gigantes como Apple e NVIDIA, e poderia também receber a Intel como cliente em breve.
Enquanto isso, o debate sobre jornadas de trabalho mais curtas chega ao Brasil. A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) conseguiu apoio suficiente para discutir na Câmara dos Deputados uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz a carga horária legal para 36 horas semanais. A PEC propõe uma escala de trabalho 4×3, contra a atual 6×1 permitida no país.
A crise da Samsung e a PEC brasileira destacam o impacto das regulamentações trabalhistas em setores estratégicos e reacendem o debate sobre produtividade e qualidade de vida no trabalho. O Farol Diário acompanhará os desdobramentos desses temas no cenário internacional e local.