De acordo com um recente artigo da BBC, a Starlink, a rede de internet via satélite do bilionário Elon Musk, tornou-se o principal provedor de banda larga na Amazônia Legal, atendendo clientes em 697 das 772 cidades da região até julho deste ano.
Essa expansão possibilitou que várias comunidades isoladas, desprovidas de infraestrutura terrestre, tivessem acesso à internet. No entanto, autoridades expressam preocupação de que a disseminação da rede possa estar correlacionada com o aumento de atividades ilegais.
A chegada do sinal de internet da Starlink à Amazônia Legal remonta a setembro de 2022, abrangendo municípios nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e uma parte do Maranhão. Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) obtidos pela BBC, todas as 124 cidades na fronteira com outros países possuem antenas da empresa.
Embora tenha proporcionado benefícios significativos para os residentes locais, como a melhoria na comunicação dos indígenas yanomamis com os profissionais de saúde, a Starlink também se tornou uma ferramenta para atividades ilegais, de acordo com a Polícia Federal. Garimpeiros, traficantes de madeira e de drogas têm utilizado a internet via satélite como meio de comunicação, substituindo o rádio.
A Starlink não comentou sobre o uso de suas antenas em atividades criminosas na região quando solicitada pela BBC. Questões relacionadas à segurança nacional e ao fornecimento de serviços essenciais também foram levantadas, com especialistas defendendo a necessidade de algum tipo de controle governamental sobre sistemas de comunicação, como o da empresa de Elon Musk, para evitar consequências negativas decorrentes de decisões unilaterais.