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Tesouro Nacional prevê superávit apenas em 2027: contas do governo seguirão no vermelho até o fim do mandato de Lula

Documento aponta déficits consecutivos durante o terceiro mandato de Lula, com melhora fiscal a partir de 2027 e estabilização gradual da economia.

As contas do Governo Central devem registrar superávit primário apenas em 2027, segundo o Relatório de Projeções Fiscais divulgado pelo Tesouro Nacional nesta segunda-feira (16). A projeção indica que o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será marcado por déficits fiscais consecutivos, com saldo negativo até o fim de 2026.

De acordo com o relatório, o déficit fiscal deve atingir 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 e 0,1% em 2026. A recuperação só começaria em 2027, quando o governo espera um superávit de 0,6% do PIB, resultado de uma recomposição tributária e controle gradual das despesas. O cenário, segundo o Tesouro, é fundamentado no novo arcabouço fiscal aprovado no ano passado.

Ainda segundo as projeções, as contas públicas devem continuar a trajetória de melhora até 2034, quando o superávit alcançaria 2,2% do PIB. O relatório trabalha com um cenário de crescimento econômico médio real de 2,7% ao ano entre 2024 e 2034, acompanhado por uma expansão nominal média da massa salarial de 7,9% ao ano.

Além do desempenho fiscal, o documento prevê uma redução gradual da taxa Selic ao longo da década, estabilizando-se em 6,4% ao ano em 2030. Essa queda, associada à melhora das contas públicas, seria fundamental para consolidar o equilíbrio fiscal e reduzir os custos de financiamento da dívida.

No entanto, o cenário desenhado pelo Tesouro dependerá do cumprimento das metas estabelecidas no Plano de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025, que inclui controle de despesas e incremento na arrecadação. As incertezas sobre a capacidade do governo de implementar essas medidas tornam as projeções um desafio, especialmente diante de um histórico de gastos elevados e pressões políticas por mais investimentos.

O relatório sugere que o horizonte de estabilidade fiscal é longo e que os resultados positivos só serão sentidos na próxima década. Enquanto isso, o atual governo deve enfrentar déficits consecutivos e dificuldades no equilíbrio entre arrecadação e despesas. O Farol Diário seguirá acompanhando os desdobramentos desse cenário.

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