A revista Time elegeu Donald Trump como Pessoa do Ano de 2024, marcando a segunda vez que o republicano recebe a distinção. A escolha reflete o impacto singular de seu retorno ao poder, após vencer as eleições presidenciais contra Kamala Harris. O título, conferido anualmente desde 1927, reconhece personalidades que influenciaram significativamente o cenário global, seja para o bem ou para o mal.
Sam Jacobs, editor-chefe da revista, justificou a escolha destacando que Trump simboliza “a Era em que vivemos”. A Time apontou o “renascimento político” do republicano, cuja trajetória recente inclui uma derrota eleitoral, condenações criminais e até tentativas de assassinato. Ainda assim, ele superou adversidades para se tornar o primeiro republicano em 20 anos a vencer o voto popular, além de conquistar estados decisivos.
A Volta Triunfal e os Desafios do Poder
Trump, que inicia seu segundo mandato com um Congresso favorável e uma Suprema Corte conservadora, promete medidas controversas, como deportações em massa e desmantelamento de instituições federais. No entanto, a Time questiona sua capacidade de executar tais mudanças diante das barreiras institucionais da democracia americana.
Apesar de seu sucesso eleitoral, a reportagem pontua que Trump se apoia em uma retórica divisiva, frequentemente acusada de xenofóbica e racista. A revista ressalta que ele “ainda precisa provar que pode consertar as causas da raiva que mobilizou os eleitores”, mencionando questões como a globalização, a imigração em massa e a ascensão da China.
A Era Trump e a Polarização dos EUA
Desde sua primeira eleição como Pessoa do Ano em 2016, Trump mantém uma relação tumultuada com a Time. Em 2016, ele considerou a homenagem “uma tremenda honra”, mas criticou a revista por descrevê-lo como “presidente dos estados divididos da América”. Em 2024, a capa reflete uma figura que volta ao poder navegando na insatisfação econômica e cultural que redefiniu a política americana.
A escolha de Trump segue uma tradição que reconhece figuras impactantes, independentemente de suas controvérsias. Adolf Hitler e Josef Stalin, por exemplo, também foram nomeados em anos passados. Segundo a revista, Trump é um fenômeno político que molda o destino de sua nação — e, para o bem ou para o mal, personifica as tensões de nosso tempo.