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Universidade Federal Fluminense cria cota para pessoas trans

Decisão levanta debate sobre inclusão e critérios meritocráticos

A recente decisão da Universidade Federal Fluminense (UFF) de implementar cotas para pessoas trans em seus cursos de graduação tem gerado discussões sobre a real efetividade de políticas de ação afirmativa. A partir de 2025, 2% das vagas serão destinadas a essa parcela da população, mas a medida levanta questionamentos sobre os critérios utilizados e os desafios que isso pode representar para o princípio de mérito acadêmico.

Embora a UFF celebre a medida como pioneira no estado, críticos apontam para o risco de uma fragmentação excessiva nas políticas de cotas, já que, além das cotas raciais e para pessoas com deficiência, agora há um recorte baseado em identidade de gênero.

Há quem questione se essa abordagem realmente resolve o problema de inclusão ou se apenas transfere a discussão para outros setores, sem enfrentar as raízes das desigualdades sociais.

Outro ponto controverso é a criação de uma banca de heteroidentificação para validar as autodeclarações dos candidatos. Embora a UFF afirme que isso garante maior segurança no processo, opositores sugerem que esse tipo de controle pode abrir espaço para interpretações subjetivas e burocracias desnecessárias, questionando até que ponto a universidade deve se envolver nesse tipo de verificação. Além disso, a implementação de tais comissões pode gerar custos e dificuldades administrativas adicionais.

Embora a UFF considere sua política um avanço, há quem veja a medida com cautela, alertando que ela pode criar divisões e, no longo prazo, trazer novos desafios ao ensino superior. O debate está longe de ser simples, e cabe à sociedade refletir sobre os caminhos para uma educação verdadeiramente inclusiva sem abrir mão da meritocracia.v

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