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Inflação e juros em alta:O Governo Lula pagara os custo de ignorar a responsabilidade fiscal

Sem um plano consistente de ajuste fiscal, as perspectivas para a inflação e a dívida pública apontam para um cenário de riscos elevados e instabilidade econômica.

A Situação Atual e os Desafios Econômicos

A indisciplina fiscal segue como um dos principais motores da inflação no Brasil, como demonstrado em diferentes momentos da história econômica do país. Hoje, com o custo da dívida pública oscilando em torno de 13% ao ano e expectativas inflacionárias próximas de 5,7% – quase o dobro da meta oficial de 3% –, o mercado financeiro emite sinais claros de desconfiança na condução econômica atual.

Sem mudanças estruturais, as opções de financiamento do Tesouro Nacional permanecem limitadas a altas taxas de juros, reforçando a percepção de que o risco fiscal compromete a estabilidade macroeconômica de longo prazo.

Expectativas de Mercado e o Custo da Desconfiança

Os números embutidos nos títulos públicos revelam uma desancoragem preocupante das expectativas inflacionárias, reflexo da deterioração fiscal observada nos últimos anos. Entre 2021 e 2023, o prêmio de risco sobre a meta de inflação mais do que dobrou, atingindo 2,5 pontos percentuais. Essa escalada sugere uma dificuldade crescente de o Banco Central cumprir seu papel, mesmo com independência operacional, dado o peso do descontrole fiscal sobre as projeções econômicas.

O Passado Como Alerta para o Futuro

O histórico brasileiro reforça a ligação entre irresponsabilidade fiscal e inflação crônica. Antes do Plano Real, a falta de disciplina orçamentária resultava em ciclos inflacionários viciosos, agravados pela dependência de “quase-moedas” emitidas para financiar déficits. Apesar de o Brasil atual estar longe desse cenário extremo, a trajetória da dívida pública, projetada pelo FMI para alcançar 100% do PIB em cinco anos, acende um alerta importante.

A Solução Exigida: Disciplina e Planejamento

O desafio é claro: o governo precisa gerar superávits primários consistentes para evitar o descontrole da dívida. Sem cortes profundos nas despesas ou reformas estruturais que equilibrem as contas públicas, a pressão inflacionária será inevitável. Ainda assim, o Ministério da Fazenda parece hesitante em apresentar um plano fiscal detalhado, aumentando a incerteza e a volatilidade nos mercados.

Conclusão

A experiência brasileira ensina que complacência fiscal é um caminho perigoso. O mercado ainda concede o benefício da dúvida ao governo, mas, sem medidas concretas de ajuste, o atual cenário de juros e inflação pode se deteriorar rapidamente. Para evitar que o Brasil repita erros do passado, a busca pela sustentabilidade fiscal deve ser uma prioridade imediata. O alerta está dado – cabe a Brasília ouvir antes que seja tarde demais.

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