A Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) apresentou ao Ministério de Minas e Energia (MME) uma proposta para alterar o Decreto nº 11.027/2022, solicitando autorização para utilizar o saldo da Conta de Recomposição de Recursos. A medida busca cobrir um déficit de R$ 333 milhões na Conta de Comercialização de Energia Elétrica de Itaipu até o fim de 2024. Inicialmente, o déficit projetado era de R$ 700 milhões, mas a estatal revisou os números.
Responsável pela gestão da parte brasileira da hidrelétrica de Itaipu, a ENBPar enfrenta desafios financeiros que refletem a complexidade do setor elétrico nacional. A medida proposta levanta questões sobre a sustentabilidade financeira do setor energético e o papel das estatais no equilíbrio do mercado.
Enquanto isso, o Instituto Acende Brasil alertou para o agravamento dos custos associados ao corte de geração solar e eólica (curtailment). O diretor Richard Lee Hochstetler sugeriu que esses custos deveriam ser compartilhados com a Micro e Minigeração Distribuída (MMGD), que atualmente não arca com essas despesas, gerando desigualdade regulatória no setor.
Em meio a esses desafios, o cenário energético global também evolui. No Reino Unido, a energia eólica superou a geração a gás pela primeira vez em 2024, destacando uma tendência de transição energética que ainda avança timidamente no Brasil. A busca por soluções sustentáveis e o equilíbrio financeiro das estatais serão temas centrais para o setor elétrico brasileiro nos próximos anos.