Um voo da Força Aérea Brasileira (FAB), realizado no último dia 13 de junho, transportou discretamente a primeira-dama Rosângela da Silva (Janja), o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, e o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski de Brasília a São Paulo. A viagem, registrada pela Aeronáutica, ocorreu sem divulgação prévia ou posterior das autoridades envolvidas.
Segundo apuração do portal Metrópoles, imagens do desembarque no Aeroporto de Congonhas confirmaram a presença dos três, além da advogada Viviane Barci, esposa de Moraes, e de agentes de segurança. A FAB não divulgou oficialmente a lista de passageiros, e o Ministério da Justiça — que solicitou o voo — também não forneceu detalhes.
A assessoria de Janja afirmou que a primeira-dama aproveitou a carona no voo para comparecer a uma consulta ginecológica. A justificativa foi de que a aeronave já estava a serviço do ministro Lewandowski e, portanto, não houve custo adicional para os cofres públicos. Ainda assim, o uso da estrutura estatal em viagens pessoais, mesmo que permitidas por decreto, volta a levantar questionamentos sobre transparência e prioridade no uso de recursos públicos.
Já Alexandre de Moraes, alvo frequente de críticas e hostilidade nas redes e em manifestações, tem preferido voos da FAB por razões de segurança, evitando rotas comerciais. A prática é comum entre autoridades do alto escalão, mas seu uso recorrente — e muitas vezes silencioso — reforça a percepção de afastamento entre a cúpula do poder e a população.
O Farol Diário acompanha o caso e nota que, embora não haja ilegalidade aparente, o episódio reacende o debate sobre privilégios institucionais e falta de transparência em tempos de desconfiança generalizada sobre o uso da máquina pública.
